Fonte: G1
Durante a fiscalização na custódia, os policiais encontraram um preso portando uma carteira com dinheiro e documentos. Segundo o corregedor, o homem estava com R$ 2.170 em espécie, um celular, spray de pimenta, além de um cordão de ouro pesado. Ribeiro explicou que o preso tinha ainda em seu poder o roteiro de instruções aos detentos, ensinando-lhes o que responder diante da fiscalização da corregedoria.
“Este manual falava para o preso negar o pagamento de propinas a policiais, caso fosse perguntado isso por algum agente ou fiscal”, detalhou o delegado.
Celular avaliado em R$ 1 mil
Em outra cela, os agentes da corregedoria encontraram um outro preso que carregava cerca de R$ 500 em dinheiro, além de um celular avaliado em R$ 1 mil. O delegado afirmou que em outro local da carceragem foram achados outros dois celulares, que também seriam utilizados pelos presos.
As investigações apontam que ao menos três detentos eram beneficiados pelo sistema de regalias.
Três policiais afastados de carceragem
A polícia informou que três agentes da carceragem foram afastados de suas funções. Entre eles estão o chefe e o subchefe do local. O delegado argumentou que os três policiais foram autuados por prevaricação – crime praticado por funcionário público contra a administração pública – por terem facilitado a entrada de celulares na custódia.
Paulo Henrique Ribeiro explicou que os policiais assinaram um termo de compromisso, afirmando comparecerem ao judiciário quando convocados. Os agentes também vão responder a uma sindicância administrativa disciplinar instaurada pela corregedoria interna da corporação.
“Esses três policiais já foram afastados da carceragem de Nova Iguaçu nesta sexta-feira. Eles não vão voltar mais pra lá. Eles mudaram de função e foram conduzidos para os setores burocráticos da instituição”, falou o corregedor.
A polícia informou que os presos flagrados pela corregedoria já respondem pelos crimes de estupro e roubo. A corregedoria vai investigar as ligações feitas pelos presos, além do uso do dinheiro feito pelo grupo.
Falso distintivo policial
Ainda na carceragem de Nova Iguaçu, a corregedoria recebeu através do Disque-Denúncia a informação de que uma mulher se passava por policial civil para ter fácil acesso à casa de custódia. De acordo com Ribeiro, a mulher apresentava um distintivo semelhante à da polícia. No entanto, o documento teria sido expedido por uma faculdade de ensino religioso.
Ribeiro verificou que a instituição de ensino não é conveniada ao MEC, por isso, ele pediu que a Delegacia de Defraudações abrisse um inquérito para apurar o caso. O delegado vai investigar ainda se a mulher usava o documento em outros locais, se identificando como policial.
“Vamos verificar se houve o crime de usurpação de função pública. Ainda estamos apurando se ela realmente ostentava esse distintivo eclesiástico, religioso, para se passar por policial”, falou o corregedor.
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