segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Projeto ‘Cordel com a corda toda’ promove inclusão social e corrige déficit educacional em Nova Iguaçu


Fonte: Jornal Extra

Um grupo de alunos de produção cultural da Universidade Federal Fluminense (UFF) levou a cultura de cordel para dentro de três escolas municipais de Nova Iguaçu. O projeto Cordel com a corda toda ganhou visibilidade e está entre os dez finalistas do prêmio Rio Sociocultural 2011, que terá premiação em março, no Rio de Janeiro.

Os dez projetos finalistas vão ganhar R$ 3 mil e os cinco vencedores ganharão mais R$ 5 mil cada.

O Cordel com a corda toda começou a ser desenvolvido em 2010 como workshows, uma espécie de oficina, com apresentações de repentistas. Ano passado ganhou o apoio da Prefeitura de Nova Iguaçu e patrocínio da Casa da Moeda e Eletrobras e foi reformulado para ser feito com oficinas, que atendem a cerca de 500 crianças e adolescentes, fora do horário escolar.

De acordo com um dos gestores do projeto, Tiago Ramires, o objetivo inicial era resgatar a cultura popular, mas a iniciativa gerou outros frutos.

— O principal resultado é a correção do déficit educacional. Com a prática do cordel, os alunos acabam escrevendo melhor, passam a ter leitura e interpretação de textos melhores e, consequentemente, melhoram as notas na escola — revelou Tiago.

No bairro da Prata, o Cordel com a corda toda é realizado em uma igreja e em uma associação de moradores, abrangendo também alunos de escolas estaduais e particulares.

O projeto atende a cerca de 500 crianças com oficinas de História da Literatura de Cordel, Composição do Cordel (escrita), Cordel declamado e repente e Teatro de Cordel.

— A meta é chegar também a outros municípios como Caxias, Queimados e São João de Meriti. A região conta com uma grande população de imigrantes nordestinos, que se identificam com a cultura do cordel — argumenta a idealizadora do projeto, Priscila Seixas.

Um dos alunos do cordel, Guilherme da Silva Reis, de 14 anos, conta que o projeto mudou sua vida.

— Eu era muito tímido. Não conseguia apresentar os trabalhos na escola. Com o Cordel venci a timidez, fiz novos amigos e meu desempenho escolar melhorou.

Boas práticas de inclusão

O Prêmio Rio Sociocultural está em sua terceira edição e já é sucesso absoluto entre os projetos socioculturais do Estado. Prova disso foram as 320 ações inscritas e a participação dos 92 municípios fluminenses ao longo destes três primeiros anos.

Os dez finalistas da edição 2011 foram escolhidos por uma comissão formada por representantes das instituições parceiras.

Segundo os organizadores, o prêmio foi criado para valorizar, divulgar e promover ações que contribuam para o crescimento e a autoestima das comunidades, além de gerar trabalho, renda, cidadania e fortalecimento da identidade fluminense. Por conta disso, as ações participantes devem apresentar soluções simples, inovadoras e que dispensem $grandes investimentos.

De acordo com a presidente do Rio Solidário, Daniela Pedras, as ações devem, ainda, ter potencial multiplicador para outras cidades, e incluir segmentos culturais marginalizados, valorizar os grupos culturais locais e promover o desenvolvimento sustentável.

— O prêmio representa um estímulo as boas práticas de inclusão social — concluiu Daniela.

A premiação conta com patrocínio da Ceg Rio e da Secretaria estadual de Cultura, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, além de apoio do Sebrae.

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