Fonte: Jornal Extra
Com mãos habilidosas, um grupo de mulheres da Baixada Fluminense está costurando um futuro promissor, através do artesanato.
Juntas, elas têm talento, bom gosto e o que chamam de faro para detectar o que pode render uma boa peça. Maria Aparecida Melo, de 49 anos, está mudando a realidade das moradoras de Prados Verdes, em Nova Iguaçu, mostrando à comunidade que é possível ganhar dinheiro com o lixo:
— Eu crio bijuterias, que ninguém diz que é com pet — afirma, com orgulho, a criadora do grupo Arte Fato.
Cidinha, como é conhecida na comunidade, ganha cerca de R$ 1 mil por mês, com a venda dos produtos no catálogo e tem orgulho em dizer que faz com as mãos o seu salário:
— A renda depende muito do mês. No ano passado, próximo ao Natal, ganhei R$ 4 mil — comemora a artesã.
Para Cristine de Souza Andrade, de 47 anos, o artesanato sempre foi terapia. Com um filho doente, portador de paralisia cerebral, o crochê era distração e alento:
— Tive que largar o trabalho. A saúde do meu filho exigia dedicação integral. Foram 19 anos brincando com as linhas. Quando ele morreu, em 2009, eu tinha muita coisa pronta e aí surgiu a ideia de vender os produtos.
Mas vender onde? Foi nessa época que Cristine, conheceu a Rede Asta que, que desde 2009, ajuda as artesãs a venderem seus produtos. A empresa cria um portfólio a cada quatro meses, com itens de moda, decoração e artesanato, muitos deles feitos a partir do reaproveitamento de diferentes materiais, como garrafas pet, jornais e revistas, retalhos, fibra de bananeira e piaçava, entre outros.
Nova forma de fazer negócio
Com materiais reaproveitados, o grupo faz produtos cheios de charme como almofadas, bijuterias, echarpes, bolsas, chaveiros, pufes, entre outras formas de artesanato.
A venda direta é feita por conselheiras, através de um catálogo, de forma muito parecida com a das grandes redes de cosméticos. No total, 33 grupos do estado participam do catálogo.
— O que propomos é um jeito novo de fazer negócios, valorizando sempre o trabalho dos produtores. Além de disseminar a cultura de que todos nós podemos sim fazer algo para mudar — conta Alice Freitas, idealizadora e coordenadora executiva da Asta.
Os grupos são capacitados, através de programas de treinamento.
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