sábado, 3 de dezembro de 2011

Escola caindo aos pedaços em Austin, Nova Iguaçu

Professores tendo que fazer malabarismos, e se preocupar com seus alunos desviando-os das pedras que caem do teto. Só mesmo em Nova Iguaçu, queria ver se as pedras do teto da Prefeitura caíssem na cabecinha da Prefeita.

Quando se mudou de Bangu para Nova Iguaçu, a dona de casa Michelle Costa, de 31 anos, pensou que a filha estaria num lugar mais seguro. Mas a estudante Tathiane Costa da Silva, de 14 anos, ainda convive com vários riscos. O perigo vem de onde menos poderia se esperar: da sala de aula. Desde julho, alunos e professores da Escola Municipal Kerma Moreira Franco, em Austin, fazem malabarismos para evitar acidentes no prédio, que apresenta rachaduras e buracos no teto.

— É a primeira vez que vejo uma coisa dessas. O problema lá (Bangu) é que o colégio ficava perto de favela, mas, fora isso, era tudo normal — lembra Michelle.

Segundo Tathiane, professores fazem malabarismos para evitar acidentes:

— Para dar aula, meu professor tirou a gente debaixo da parte rachada do teto. Outros preferem dar aula na quadra, porque dizem que não aceitam esta situação.

A Secretaria municipal de Educação negou que a escola corra risco de desabamento. Segundo ela, duas salas estão fechadas "por precaução, já que a unidade passou por reforma na parte elétrica e um erro no tamanho da calha de iluminação provocou a queda de placas de gesso". Anteontem, após a secretaria ser procurada, começaram os reparos nas salas de aula.


O problema na escola teria se agravado após uma obra na parte elétrica feita nas férias de julho. Os tetos rebaixados foram quebrados para o serviço e não houve reparo. Nas salas do segundo andar, há rachaduras inclusive no chão.

— Na semana passada, uma parte do teto desabou e quase atingiu um aluno do 9 ano — disse uma estudante, que, no entanto, não quis se identificar.

Além de serem liberadas às 10h em alguns dias da semana, devido à falta d‘água, as crianças ainda convivem com goteiras, em dias de chuva.

Com duas filhas estudando no colégio, a comerciante Suzilene Sampaio de Cerqueira, de 34 anos, já pensa em tirar as meninas da unidade em Austin.

— Estou tentando trocá-las de escola. Depois que um teto cair na cabeça de uma criança, a única solução será levar ao cemitério. Só nos deixam entrar e ver as salas em época de reunião — criticou.

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